A timidez da Primavera levou-nos,
desta vez, a experimentar iguarias gastronómicas próprias das estações frias. Ao
mesmo tempo, aproveitámos para revisitar um local histórico do nosso concelho,
mais concretamente, a aldeia de Trêsminas. O restaurante escolhido foi a localmente
famosa Tasca do Chico.
Chegado o dia, fizemo-nos à
estrada para uma viagem de 18 km que para qualquer ser humano comum não passa
duma curta percurso. No entanto, esta consistiu num autêntico pesadelo de
curvas e contracurvas rodeadas de precipícios e perdidas algures no Portugal
esquecido dos grandes senhoriais do Litoral.
A aldeia histórica de Trêsminas,
situada na Serra da Padrela, poderia muito bem servir de cenário a uma história
de Astérix, dadas as suas inúmeras influências Romanas.
No local de repasto, fomos
recebidos pela simpatia e cordialidade do Sr. Chico e respectiva família, que
se manifestaram extremamente atenciosos e preocupados com o nosso bem-estar durante
a refeição.
Após nos estabelecermos na respectiva
mesa, foram-nos servidas as entradas, que consistiram em salpicão, queijo de
cabra e uma deliciosa bola de carne acabada de sair do forno, acompanhadas por
uma caneca de vinho tinto da Casa. É de realçar que o vinho era bastante
agradável, ao contrário da maior parte dos “vinhos da Casa” que se servem por
esse País fora.
De seguida, e por forma a
aconchegar o estômago para o que ainda aí vinha, foi-nos servida uma canja de
galinha. Nada de exuberante, serviu bem os seus propósitos.
O tempo esse, passava devagar, verificando-se
perfeito para os momentos de amena cavaqueira.
E eis que por fim, chega o cabeça
de cartaz do nosso festival gastronómico: o JAVALI!
Acompanhado de arroz branco, míscaros,
batatas a murro e castanhas assadas, revelou-se de uma qualidade à medida da
ocasião. A sua carne, tenra e bem temperada, deixou as nossas papilas gustativas
em êxtase com uma explosão de sabores indescritível, e os nossos estômagos saciados
até ao dia seguinte.
Para sobremesa, optámos por pudim
da casa e pera bêbada, que cumpriram aceitavelmente.
Após deixarmos a Tasca, decidimos
dar um passeio pelos locais de influência Romana existentes nas redondezas:
Igreja Romana, Centro Interpretativo, Cortas de Covas e Ribeirinha, e diversas ruínas.
Este passeio revelou-se também uma
boa experiência de aprendizagem histórica e cultural proporcionada pelo membro
e historiador Henrique Coelho.
Em suma, este dia tratou-se de
mais um convívio saudável e enriquecedor entre os membros desta Irmandade (foi
pena, mais uma vez, não estarem todos os membros presentes).
É importante realçar a qualidade
da Tasca do Chico (9,5 valores numa escala de 0 a 10), demonstrando que não é
preciso ir a um restaurante com estrelas Michelin em Lisboa ou no Porto para se
comer muito bem e, acima de tudo, a um preço bastante aceitável.
A Irmandade aconselha vivamente os
leitores a visitarem este local perdido algures no Reino Maravilhoso de Miguel
Torga.
Saudações da Irmandade e até ao
próximo repasto!